terça-feira, 22 de maio de 2012

Aquilo que vem pelo meio da estrada‏


A estrada é estreita, entre duas campinas de mato rasteiro.
Só ao longe, muito longe, são vistas montanhas, e na sombra
dos montes, a aldeia pobre, de casebres de massa de barro
misturado com estrume de vacas.
A mulher jovem, de uns dezoito anos, descalça, com o sari do
Sul da India, enrolando sobre seus pés, que o vento inclemente
batia e enrolava misturando suor com o calor abrasivo do Sol.
As lágrimas da mulher, se confundiam com o suor de seu rosto.
Porque chorava a mulher?
Porque, atrás do templo do deus que era seu marido, ela vira
o homem amado, ao qual ela tinha direito, mas não podia se
casar, pois era casada com o deus do Templo, ela vira o homem
amado, abraçado a outro homem que o beijava como ele fazia
com a mulher que loucamente o amava.
E a mulher caminhava por aquela estrada estreita e chorava,
não imaginando como "o" tiraria das garras de outro homem...
Qual união seria preferida?
A do outro homem ou a da mulher?
E "ela" jurou a si mesma que o amante seria só dela... dela e
mais de ninguém... e então de repente, a estradinha começou
a se alargar, e a Esperança alargou mais a Estrada, deixando
ver nas montanhas ao longe, o Sol que se ocultava para dor-
mir, dormir para outro dia, tendo Fé na Esperança, por um
pouco que fosse, ao menos para o beijo mais ardente e apai-
xonado que também poderia ser...
clarisse

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